Possível raro ataque de onça no Pantanal Sul reacende alerta sobre segurança e conservação da espécie
- Liandra Martiliano Gaeth
- 24 de abr.
- 2 min de leitura
Ocorrência reforça a importância de respeitar a vida silvestre e seguir orientações de especialistas para prevenir acidentes.

Na última semana, um possível ataque de onça-pintada a uma pessoa foi registrado no Pantanal Sul. O incidente, considerado raro, chamou a atenção das autoridades ambientais e reforçou o debate sobre segurança e conservação no bioma. Entre 2010 e 2023, foram contabilizados apenas 28 ataques no Brasil, sendo 5 provocados, 17 não provocados e 6 sem causa determinada.
Apesar de incomuns, esses acidentes podem ocorrer, especialmente em situações que envolvem alimentos deixados na natureza — propositalmente ou não —, carcaças de animais, ou a presença de fêmeas com filhotes nas proximidades de pessoas.
O Instituto Reprocon está colaborando com os órgãos responsáveis na apuração e manejo da situação. O Dr. Gediendson Araújo, membro fundador e pesquisador do Instituto, foi acionado pelo Governo do Estado de Mato Grosso do Sul para prestar apoio técnico e orientar medidas de prevenção.
Este é um momento delicado. Pedimos que a população mantenha a calma, evite especulações e busque informações apenas em fontes confiáveis, em respeito à dor da família da vítima.
A onça-pintada, símbolo da fauna brasileira e presença marcante no Pantanal, é uma espécie ameaçada de extinção. Apesar de sua frequência na região, não há evidências científicas de superpopulação. Pelo contrário, nossos estudos alertam para a vulnerabilidade da espécie, que ainda corre risco de desaparecer. Diante disso, torna-se ainda mais urgente e necessário investir em iniciativas que garantam sua conservação e uma convivência segura com as comunidades locais.
Sua presença desempenha um papel ecológico fundamental e impulsiona o turismo local, essencial para a subsistência de diversas famílias pantaneiras. Conservar a onça é proteger também o equilíbrio do ecossistema e a economia sustentável do Pantanal.
O Instituto Reprocon reforça que conservação e segurança devem caminhar juntas. Práticas como a “ceva” — que consiste em atrair animais com alimentos — são consideradas crime ambiental, passível de multa, conforme preveem a Lei Estadual nº 5.673/2021, a Lei Federal nº 9.605/1998 e o Decreto nº 6.514/2008. Além disso, matar um animal silvestre também constitui crime e implica responsabilidade judicial.
Para conscientizar a população, no passado placas de alerta foram instaladas em áreas críticas, em parceria com entidades como SOS Pantanal, UFMS, Passo do Lontra, Morro do Azeite e a Polícia Militar Ambiental de Mato Grosso do Sul.
O Instituto encerra a nota prestando solidariedade:
“Nossos sentimentos à família e amigos do senhor Jorge Ávalo”
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