A Captura da Onça: Desvendando a Segurança da Técnica Usada pelo Instituto Reprocon
- Pedro Nacib Jorge-Neto
- 24 de abr.
- 5 min de leitura
Atualizado: 26 de abr.

A técnica de captura aprimorada pelo Dr. Gediendson, do Instituto Reprocon, é uma ferramenta valiosa para a conservação das onças-pintadas. Ao garantir a segurança tanto dos animais quanto da equipe, o método permite coletar dados importantes que ajudam a proteger essa espécie ameaçada. Lembre-se: a ciência, quando aplicada com cuidado e responsabilidade, pode ser uma grande aliada na preservação da nossa fauna!

Olá a todos os amantes da natureza e curiosos sobre a vida selvagem! Hoje, vamos desvendar a técnica utilizada para a captura da onça-pintada que supostamente foi responsável pelo possível raro ataque fatal a uma pessoa em um pesqueiro em Touro Morto-MS. A técnica é desvendada através de um artigo científico fascinante sobre como capturar onças-pintadas de forma segura. Sim, você leu certo! O Dr. Gediendson, pesquisador do Instituto Reprocon, domina e descreve minuciosamente uma técnica que protege tanto os animais quanto as pessoas envolvidas. Preparem-se para uma leitura leve e informativa, sem jargões e com muita clareza.
1. Por que a técnica é considerada segura?
Imagine que você precisa examinar um gato selvagem sem machucá-lo. Difícil, né? A técnica utilizada pelo Instituto Reprocon é como uma "consulta médica" para onças-pintadas, onde o objetivo é coletar informações importantes para a conservação da espécie, minimizando qualquer estresse ou dano ao animal.
Segurança para o animal: O método foi desenvolvido para evitar ferimentos. As armadilhas são equipadas com sistemas de amortecimento que reduzem o risco de lesões nas patas.
Segurança para a equipe: O protocolo inclui monitoramento remoto constante e procedimentos claros para a aproximação e imobilização do animal, garantindo que a equipe possa trabalhar com segurança.
2. Como funciona o método de captura?
O animal vem caminhando e pisa em uma armadilha, acionanda por um gatilho, prendendo o membro anterior. Esse sistema de captura é composto por três partes principais:
Sistema de disparo: É como um gatilho que fecha um laço de cabo de aço na pata do animal quando ele pisa em um pedal.
Analogia: Pense em uma ratoeira, mas em vez de machucar, ela apenas prende o animal suavemente.
Sistema de retenção: Garante que a onça fique presa de forma segura, mas sem se machucar. Inclui um sistema de amortecimento para evitar lesões.
Analogia: Imagine uma pulseira com amortecedor, que impede o animal de fugir, mas sem machucar.
Sistema de monitoramento remoto: Permite que a equipe saiba quando uma onça foi capturada, para que possam agir rapidamente.
Analogia: É como um alarme que avisa quando o "paciente" chegou para a consulta.
3. Cuidados para minimizar riscos à saúde e bem-estar
A equipe do Instituto Reprocon leva a sério o bem-estar das onças-pintadas. Vários cuidados são tomados:
Monitoramento constante: As armadilhas são verificadas constantemente para garantir que nenhum animal fique preso por muito tempo.
Área de segurança: Antes de instalar a armadilha, a equipe limpa a área ao redor para remover objetos que possam machucar o animal.
Anestesia: Após a captura, a onça é anestesiada por um médico veterinário para que possa ser examinada e materiais como amostras de sangue, pelo e sêmen sejam coletados. Só então o animal é equipado com um colar de rastreamento.
Analogia: É como dar um "remédio para dormir" para que o animal não sinta medo ou dor durante o exame.
Exame veterinário: Um médico veterinário avalia a saúde do animal e trata qualquer ferimento, se necessário.
Liberação: Após o exame, a onça é liberada de volta à natureza após ter acordado no mesmo local onde foi capturada. Para garantir que o efeito da anestesia tenha passado totalmente, uma medicação que elimina os efeitos dos anestésicos é aplicado no animal, fazendo com que ele retorne mais rápido para natureza.
4. Segurança da equipe
A segurança da equipe é tão importante quanto a segurança das onças. Os protocolos incluem:
Aproximação cuidadosa: A equipe se aproxima do animal com cautela, mantendo uma distância segura.
Uso de dardos tranquilizantes: A anestesia é administrada com dardos para evitar contato direto com o animal.
Equipamentos de proteção: A equipe usa equipamentos de proteção individual (EPIs) para evitar acidentes.
Treinamento: Todos os membros da equipe são treinados em técnicas de captura e manejo de animais selvagens.
5. Resultados e evidências
O artigo científico apresenta resultados que comprovam a eficácia e segurança do método:
Número de capturas: 30 onças-pintadas (16 fêmeas e 14 machos) e seis onças-pardas (todos machos) foram capturados. Três jaguares no Pantanal foram capturados mais de uma vez, totalizando 34 eventos de captura.
Baixa taxa de ferimentos: Apenas um jaguar teve uma pata ferida durante a captura, e recebeu tratamento clínico, sem comprometimento à saúde do animal.
Captura de outros animais: Alguns animais não-alvo foram capturados, mas liberados sem ferimentos.
O uso desta técnica se mostra um método seguro e eficiente para a captura de onças-pintadas e onças-pardas, com potencial de adaptação para outras espécies de grandes felinos.
Perguntas frequentes
P: A onça não fica muito estressada com a captura?
R: Apesar da captura causar estresse momentâneo, o protocolo anestésico utilizado causa perda de consciência, evitando lembranças da captura. Além disso, a equipe se esforça para minimizar esse estresse ao máximo, monitorando as armadilhas constantemente e agindo rapidamente.
P: Quanto tempo a onça fica presa? E quanto tempo fica anestesiada?
R: O tempo entre a captura e a anestesia é de até duas horas. Normalmente, aguarda-se ao menos meia hora do momento da captura para que o pico de adrenalina do animal volte a baixar. Os procedimentos após a anestesia são rápidos, mas devido ao tempo de ação dos medicamentos, espera-se 40 minutos contados a partir da aplicação da anestesia para efetuar a reversão anestésica.
P: Após reverter a anestesia, em quanto tempo a onça consegue caminhar novamente?
R: Entre 5 e 10 minutos após a aplicação do medicamento que reverte a anestesia, o animal se levanta e volta a caminhar.
P: E se outros animais forem capturados?
R: A equipe é treinada para identificar e liberar outros animais com segurança. Entretanto, com o aprimoramento da técnica, o ajuste do laço para a espécie-alvo reduz a captura de espécies não-alvo, tornando muito raro capturar animais de outras espécies.
P: Por que capturar as onças? Não seria melhor deixá-las em paz?
R: A captura é necessária para coletar informações importantes sobre a saúde, o comportamento e a genética das onças. Esses dados são essenciais para desenvolver estratégias de conservação eficazes. No caso em questão, a captura do animal permitirá identificar se este foi ou não o responsável pelo acidente ocorrido.